Cláudio César Magalhães Martins
Titular da Cadeira nº 11
A NOVA MATRIZ
Muito feliz e oportuno o artigo de Cristiano Romero (Valor, ed. de 22.11), intitulado “Ainda , a Nova Matriz.” Concebida em 2011, no governo de Dilma Rousseff, a Nova Matriz foi a principal responsável pela mais grave recessão que atingiu o Brasil em toda sua história. Reduzindo a taxa Selic, na marra, de 13,25% para 7,25% ao ano, a presidenta provocou uma desvalorização do câmbio e o consequente aumento da inflação, cujo teto (6,5%) passou a ser a meta, que era de 4,5%, de acordo com decreto presidencial. A disciplina fiscal, adotada até então, foi abandonada, sob a falsa ilusão de promover o crescimento econômico. Foi criada, em seguida, a chamada “contabilidade criativa”, em 2012, no intuito de “cumprir” o superávit primário previsto em lei. O passo seguinte foram as “pedaladas fiscais”, que consistiam no uso de bancos federais para cobrir despesas do governo. O resultado de tantos desatinos foi uma profunda recessão, que durou de 2014 a 2016, com uma queda de 8,6% do PIB, de 10% na renda per capita e mais de 14 milhões de desempregados. Se Dilma não tivesse sofrido o impeachment em 2016, o Brasil estaria hoje num caos semelhante ao da Venezuela, país que continua a ser elogiado por Dilma, Lula e toda cúpula do PT. Que essa amarga situação, provocada por um voluntarismo fora da realidade, não volte a se repetir, pois nem Dilma nem Lula, seu criador, reconheceram, até agora, o enorme mal que provocaram ao país.