Cadeira n° 2
JOSÉ MILTON DE VASCONCELOS DIAS
(Esta biografia teve a colaboração especial do escritor Silas Falcão, a quem muito agradecemos)
Nasceu em 29 de abril de 1919, na cidade de Ipu. Faleceu em 22 de março de 1983, em Fortaleza. Iniciando seus estudos na cidade de sua infância, Massapê, nos anos de 1930 mudou-se para Fortaleza, como interno no Colégio Castelo Branco. A experiência em meio a paisagem sertaneja, seus mitos e ritos, lendas e cantorias foi fundamental para a formação de sua sensibilidade criadora, uma vez que despertaria, no futuro cronista, a inclinação para o lirismo, o poético. No Colégio Marista Cearense, onde realizou os estudos secundários, descobriu, em definitivo, a vocação para a escritura: fundou os jornais O ideal e Alvorada. Bacharel em Direito (1943), Letras (1966), professor secundário no Ceará e São Paulo, tradutor, diplomado em Letras Neolatinas. Cursou a Faculdade de filosofia. Técnico em Educação pela UFC, por 12 anos exerceu o cargo de chefe de gabinete do Reitor da UFC, Antônio Martins Filho. Contista, cronista, ensaísta, orador, jornalista, professor de Línguas e Literatura Francesa no Curso de Letras da UFC. Fundador do Grupo Clã. Membro da Associação Cearense de Imprensa e da Academia Cearense de Letras, ocupante da cadeira nº 4, patroneada por Antônio Bezerra. Em Paris cursou os Estudos Superiores Modernos de Língua e Literatura Francesa. O governo francês o condecorou com a Ordem das Palmas Acadêmicas, no Grau de Cavaleiro. Cronista semanal do jornal O Povo de 4 de agosto de 1955 até fevereiro de 1983. Em 22 de março de 1983, às 9h, na Casa de Saúde São Raimundo, vítima de miocárdio, morre o poeta das cunhãs.
CRÔNICAS:
“Sete estrelo” - 1960. “A ilha do homem só” - 1966. “As cunhãs” - Crônicas - 1966. “Entre a boca da noite e a madrugada” - 1971. “Cartas sem respostas” - 1974. “As outras cunhãs” - 1977. “Viagem ao arco-íris” - em parceria com Cláudio Martins - 1977. “A capitoa” - 1982. “A senhora da sexta-feira” - Romance inédito.
PLAQUETAS:
Pé Guy - Teoria e histórias literárias - 1976. Fortaleza e Eu - Crítica, teoria e histórias literárias - 1976. Martins Filho, professor emérito. Discursos Acadêmicos - Textos doutrinários - 1975. Dois Discursos Acadêmicos - Textos doutrinários - 1978. Três Discursos Acadêmicos - Textos doutrinários - 1978. Passeio no Conto Francês - Crítica, teoria e histórias doutrinárias - 1978.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
Relembranças - Antologia - 1983 - Universidade Federal do Ceará (UFC).
Milton Dias em Relembranças:
Não me lembro se nasci, mas minha mãe garante, diz que até sofreu muito, numa certa manhã, no IPU, na pequena Rua da GOELA. (Hoje, chama-se Rua Coronel Pedro Aragão), cortando a Rua Antônio Martins, na mesma Rua da Casa Osvaldo Araújo que abriga a Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes). Antes fosse, mas a rua ainda existe, o que não deixa de ser um depoimento - e provavelmente há de ficar muito triste quando eu morrer: quem sabe, o Prefeito, se for meu amigo, vai querer mudar o nome para Rua Milton Dias. E a rua, sem culpa, vai morrer como nasceu, por Rua DA GOELA, pobre, feia e triste como eu.
MILTON DIAS na reportagem do Diário do Nordeste - 21-10-2007
O livro Entre a boca da noite e a madrugada, de Milton Dias, representa o gênero crônica entre as obras indicadas para o próximo vestibular da Universidade Federal do Ceará. Desse modo, seus aspectos estilísticos, temáticos e estéticos, bem como a evolução da crônica, enquanto expressão literária, constituem o interesse central dessa edição.
Fonte: Adaptado de
MOURÃO, Sebastião Valdemir et al (Org.). Livro dos Patronos da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes. Fortaleza: Premius, 2010. Págs. 10 a 16.