Maria do Carmo Cavalcante Aragão Magalhães
O TEIXEIRA
Eu fui a pioneira,
Do Bar do Teixeira,
Quando a mulher, Casada ou solteira,
Não frequentava bar.
O casal boêmio Nos fi ns de semana Não faltava lá.
Não importava o que falassem
Ou dissessem ou pensassem
O importante pra nós dois Era saber ser feliz.
A radiola tocando, Roberto Carlos cantando,
Só nós dançando Coladinhos,
sonhando Até o amanhecer.
Aquilo era felicidade,
Hoje lembro com saudade
E jamais posso esquecer! 26
O ALVORADA
Tudo passa nesta vida,
Você também passou...
Teve seus dias de glória,
Ouviu e fez história De casos que se contou.
Era o bar do Tewilso,
A bodega do Gessy,
Andava do menino moço
Sem beleza, sem conforto
Mas todas iam pra ali.
Botavam conversas fora,
Não tinham pressa nem hora
Pra brincadeira acabar.
Conversa de pescador,
Lorota de caçador
Não se podia duvidar.
A bebedeira era grande,
Bêbado pobre, rico falante,
Só não tinha bêbado brigão.
A cerveja bem gelada,
São João da Barra e cachaça
Tira gosto de limão.
Tinha também a jogatina
De dama, dominó e gamão
Viciados na porrinha
Tewilso com sua calminha,
Mas o copa-preta na mão.
Quem naquele bar frequentou
Pode muito bem comprovar
Tudo o que ali passou,
Só resta hoje a saudade
Do bom que o tempo levou.