Natália Maria Viana Soares Lopes
Titular da Cadeira nº 14
Minha mãe
Pela cortina de lágrimas
vejo-te ao longe, mãe querida...
Quero falar de ti,
burlar os sonhos,
acreditar no céu
e repensar a vida.
Foste esteio, brandura,
labuta e altruísmo,
sem referência paterna,
órfã que foste cedo,
soubeste ser tão forte
e tão altiva!
Misto de graça e firmeza,
teceste nossa vida
na decência
e no amor,
em gestos grandes,
nas mais suaves notas
de doce melodia.
Quão grandiosos foram
os dias de incerteza,
ao encenar conosco,
cada ato de tua difícil vida...
Eram três as tuas esperanças,
tuas filhas,
e, com a firmeza de Hércules,
em tempo ingrato e custoso
venceste os temporais
do mar da vida,
angariaste energia
em toda cena vivida.
Mãe amada – símbolo de doação,
de grandeza e fervor,
em tua caminhada
soubeste interpretar os mistérios do amor.
Eternizada estás em tua descendência,
memória indelével
em cada um de nós.