Maria de Lourdes Mozart Martins Moura
Ilmo. Sr. Presidente da AELCE, Dr. Francisco Alves de Alencar
Demais membros da mesa
Senhoras Confreiras
Senhores Confrades
Familiares e amigos
Demais Convidados
“As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu.” Salmos 19, 14
Peço ao Criador, por intercessão do seu filho Jesus Cristo, que abençoe a minha caminhada nesta instituição literária. Que eu possa ser participativa e útil, que em nenhum momento eu me sinta envaidecida por ocupar uma cadeira nesta Academia, mas Senhor, que tu abras o meu entendimento e sobretudo o meu coração para aprender e poder falar da tua grandeza por onde eu andar.
Neste momento sinto um misto de alegria e emoção, tal e qual senti quando em 2010 ingressei na Academia de Letras, Ciências e Artes da minha terra, a decantada cidade de Ipu, em cuja cachoeira Iracema se banhava, como descreve José de Alencar em seu famoso romance. Acho até que a emoção hoje é mais forte porque estou mais velha e mais sensível.
Iracema, escrito em 1865, é o exemplar mais perfeito de prosa poética de nossa ficção romântica, belíssimo exemplo do nacionalismo ufanista e indianista, com o qual Alencar contribuiu com a construção da literatura e da cultura brasileira. Ipu, desde os antepassados, é berço de pessoas notáveis na literatura e nas artes.
Saibam os senhores que eu amo a minha terra natal, lá tive uma infância simples e feliz. Se alguém me perguntasse se eu queria que alguma coisa tivesse sido diferente na minha vida, sem hesitar diria :
- Gostaria de ter nascido num lar de pais evangélicos onde a Palavra fosse lida, ensinada e praticada nos moldes que a Bíblia Sagrada ensina. Certamente eu seria uma pessoa melhor.
Aproveito .para agradecer ao irmão José Deusdedit Rocha, tesoureiro da AELCE, a quem aprendi a admirar por sua simplicidade. Não o conheço há tanto tempo, mas já senti que é um carregador de pedras. Estudou no Liceu do Ceará e com os Lazaristas, faz parte da OAB . Escritor, trovador, engajado em algumas academias de letras, edita há mais de 15 anos o alternativo cultural “Meya Palavra”, de circulação nacional, aposentado do BNB, entre outras atividades.
Foi o primeiro a falar comigo sobre a existência de uma academia evangélica de letras. Fiquei interessada. Fomos entabulando conversas sobre os mais variados assuntos e assim passamos a nos conhecer melhor. Sob sua orientação fui seguindo os passos iniciais para pleitear o meu ingresso no seleto grupo de pessoas comprometidas em incentivar o interesse pelo idioma pátrio, pela literatura nacional, estadual e local e por obras de cunho evangelístico.
Também, agradeço aos que fizeram parte da comissão que me examinou e aprovou a indicação do meu nome.
Nasci dentro de uma tipografia, pois em 29/08/1926, há 90 anos, o meu pai, um autoditada, instalou a primeira naquela cidade, exatamente no dia que completava 25 anos de idade. Cedo, sendo uma criança curiosa, aprendi a mexer com os tipos de chumbo, brincando de formar palavras. Durante 19 anos, em Fortaleza e no Eusébio, trabalhei na Gráfica Nacional, de propriedade de um irmão. Notei, que no decorrer daqueles anos, o número de livros impressos foi crescendo, embora muito longe do ideal.
Fico feliz que um dos objetivos principais desta academia é a divulgação da boa literatura e, em especial, de cunho evangelístico, como já citei.
“O Brasil é um país que lê pouco. Recentemente divulgada pelo Instituto Pró-Livro, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil é tida como o mais abrangente estudo sobre o comportamento do brasileiro em relação à leitura. Em sua terceira edição, a pesquisa revela que a média de livros lidos por habitante no Brasil é de duas obras completas por ano, além de outras duas lidas parcialmente, número que inclui os livros obrigatórios requisitados em sala de aula. Ainda que, segundo a pesquisa, o consumo de livros tenha aumentado, metade da população brasileira não tem o hábito da leitura, número maior do que o observado na última edição da pesquisa, publicada em 2008.”
Escolhi como patrona da minha cadeira um vulto bíblico de grande importância. Trata-se de Isabel, esposa de Zacarias, mãe de João Batista, o precursor de Jesus Cristo. Não sei se é rotina desta academia, noutra oportunidade, dar chance ao acadêmico de ler o trabalho inicialmente apresentado para o ingresso nesta instituição literária.
A minha exposição sobre Isabel é muito simples, primeiro porque os meus conhecimentos bíblicos são parcos, e segundo só no Evangelho de Lucas encontrei o relato sobre Isabel. Mateus, Marcos e João já falam do batismo de Jesus. Procurei nas livrarias algum livro sobre Isabel, mas nada encontrei. Isso não tira dela o seu grande valor na história do Cristianismo. Foi uma mulher de fé, verdadeira serva do Deus Altíssimo.
Aproveito para agradecer pela vida de alguns pastores que estiveram e estão à frente da Igreja Presbiteriana do Cambeba, o caso o seu fundador Reverendo Nisan Baia, um grande servo do Senhor e plantador de Igrejas, o Reverendo Francisco da Costa Macena um jovem estudioso das Escrituras Sagradas.
Os Reverendos Josué Batista, Dr. Ednildo Fonteles, Ricardo Régis Bandeira, grandes pregadores. Não posso esquecer o meu querido e saudoso Pastor Helnir de Melo Cortez por quem nutria admiração e dele me recordo com saudade. O Presbítero Estevão, o meu primeiro professor na Escola Bíblica Dominical. O Dr. Manassés Claudino Fonteles, presbítero da Igreja Presbiteriana da Aldeota, atualmente meu professor bíblico, membro de Academia Cearense de Medicina, ex-reitor da UECE e da Universidade Mackenzie em São Paulo, cujos conhecimentos nas áreas científica, humanística e teológica são uma fonte inesgotável do saber. A nossa classe de estudos está sempre crescendo. A curiosidade é que frequentam duas senhoras católicas que buscam o aprendizado da Bíblia, cheias de boa vontade. Deus não é uma religião... Deus é a paz no coração daqueles que o buscam.
Todas os nomes citados são pessoas realmente comprometidas com a propagação das Boas Novas. Todos eles foram e são sal e luz na minha vida.
Agradeço, de um modo carinhoso, pela vida das minhas filhas Patrícia e Ana Karina. Vocês são muito especiais. Sem vocês minha vida seria vazia. Pelo meu marido que já se foi e que vivemos juntos por quatro décadas. Pelos familiares, pelos amigos, pelos meus irmãos em Cristo.
Agradeço a Edith, que faz a vez de secretária da Academia, pelos seus préstimos.
Agradeço a presença de todos que atenderam com carinho o meu convite.
Sobretudo agradeço a Deus porque até aqui Ele me ajudou. A Ele e, tão somente a Ele, todo o poder, toda a honra, toda a glória.
Que este ano novo que se iniciou seja de paz e de muito amor entre todos os homens. O mundo carece de sentimentos nobres.
Muito obrigada.