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José Solon Sales e Silva
Titular da Cadeira Nº 34 - Patrono: Cônego Francisco José Aragão e Silva

 

 

Ilmo. Sr. Prof. Juarez Leitão, Vice Presidente da Academia Cearense de Letras e anfitrião deste grande evento.

Ilmo. Sr. Antônio Marcelo, M.D. Presidente da Academia Cearense de Teatro.

Ilmo. Sr. Prof. Marcelo Farias Costa idealizador e Presidente de Honra desta arcádia.

Ilma. Sra. Hiramisa Serra, M.D. acadêmica em nome de quem, cumprimento todos os acadêmicos hoje empossados e que para mim sempre será a Dama do Teatro Cearense.

Ilma. Sra. Raquel Damali, M. D. acadêmica em nome de quem trago o grande abraço da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes, arcâdia de onde a ilustre empossante é membro titular. 

Ilmo.Sr. Dr. João Martins de Souza Torres, cardiologista e cirurgião renomado em nosso estado e Presidente de Honra da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes, neste ato representando a Presidente da  Academia, Sra. Silonildes Mesquita. 

Senhoras e Senhores, 

 

           Sou sempre um espectador atento e fiel. Do teatro cearense vi e assisti pelo menos a duas montagens da “Valsa Proibida”, opereta de Paurilo Barroso, uma delas com a presença marcante de Aila Maria. “O Morro do Ouro”, do não menos famoso Eduardo Campos. “A Rosa do Lagamar” também de Eduardo Campos com o protagonismo da grande Hiramisa Serra que arrebatou um prémio nacional com esta interpretação. Faz tempos desta montagem, mas o gosto pelo que é bom ainda perdura.

            Da Comédia Cearense sou fã. Das muitas peças de Oswald Barroso fui espectador fiel. Das brilhantes interpretações de Deugiolino Lucas nas inúmeras montagens do pai do teatro cearense, Carlos Torres Câmara, fui plateia fervoroso. Do Grupo Balaio do meu colega de IFCE, Prof. Marcelo Farias Costa sempre fui espectador de carteirinha até este descobridor de talentos encontrar uma menina prodigiosa, nascida no Ipu. Raquel fez sucesso no grupo e adotou o nome artístico de Raquel Damale pois foi nascida Raquel Lima Damasceno. Inteligente, talentosa, sempre fui seu fã. Ceará e Fortaleza e ela lá, altiva, talentosa, atriz de valor. Sou tiete desta atriz com muito orgulho. Pior que assistia as peças onde ela atuava e nunca soube que ela é minha conterrânea. Sou bem mais velho que ela. Tenho tanta admiração por esta atriz que em 2017 escrevi uma crônica para ela, sem nunca ter sido apresentado a mesma, só com a visão de fã. A crônica chama-se “Damali” e integra o livro Crônicas Sentidas, editado pela Editora Premius, em 2020. Posteriormente, em 14 de janeiro de 2022 ela toma posse na Cadeira nº 33 da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes. Que alegria senti, enfim conheci a Raquel que já admirava como Damali.

            Muitos talentos na Academia Cearense de Teatro. Minha querida professora Valderez Soares, ipuense e patronesse da Cadeira nº 39, foi quem primeiro me ensinou o gosto pela arte, pois foi uma artista multifacetada, atriz, musicista e minha primeira professora de artes no ensino formal. Minha amantíssima Profa. Elzenir Colares patronesse da cadeira ocupada pela amiga, partner no Grupo de Tradições Cearenses, pesquisadora, coreografa, atriz, Maria de Lourdes Macena Sousa. A patronesse do amigo Deugiolino Lucas a Gracinha Soares, de quem fui fã fervoroso. O patrono de Walden Luiz é o famoso Marcos Miranda. Nomes como Gilmar de Carvalho, Hugo Bianchi, Nadir Saboia, Juvenal de Galeno, Antonieta Noronha, José de Alencar figuram como patronos. E que patronos. Que encanto. Senhor Waldemar Garcia que o conheci por meio do talentoso Artur Rocha, que me deu ensinamentos de postura cênica e que me dirigiu para atuar nas montagens da Profa. Elzenir Colares no Grupo de Tradições Cearenses nos contava histórias do teatro cearense e de seus feitores. Eram aulas valorosas onde ele contava das magnificas atuações do Sr. Waldemar Garcia nas atuações do “O Mártir do Gólgota” durante as muitas Semanas Santas. Dizia ele que o grande ator Waldemar Garcia após atuar nesta peça, certa feita, terminada a função no Teatro José de Alencar, o Sr. Waldemar foi para casa de ônibus, isso nos anos sessenta, setenta. Ao embarcar no ônibus e ao passar pela roleta o trocador teria dito ao Sr. Waldemar: “além de véi é baitola”. Isso pelo fato de o Sr. Waldemar ainda estar usando a maquiagem cênica. Ele ficou injuriado e retrucou ao cobrador: “amanhã fulano me paga”. Não lembro o nome do maquiador.

            De parabéns todos os que fazem e fizeram o teatro cearense. Alegria imensa a minha em estar presente neste momento ímpar da instalação da Academia Cearense de Teatro, a primeira do gênero no Brasil. Orgulhoso sempre, como plateia.

            Uma das primeiras peças que assisti no Theatro José de Alencar foi “Rosa do Lagamar” tendo como Rosa a hierática Hiramisa Serra, ocupante da cadeira que tem como patrono o não menos famosos Silvano Serra, tamborilense, assim como Damali vindos do interior do estado. Tantos e tantos a exaltar. Tantos e tantos a admirar e aplaudir: Ricardo Guilherme, Fernanda Quinderé, Jane Azeredo, Marcelo Costa, Walden Luiz.

            Sou fá de todos, sou sempre espectador assíduo, crítico, entusiasta. Viva o teatro cearense! Vivam os atores e artistas cearenses! Viva a arte do encenar!

            Tenho dito!

            Esta alocução não foi lida no momento da instalação da Academia Cearense de Teatro, por motivos óbvios. Não comportava a um simples espectador e entusiasta bem como não havia tempo. Entretanto é necessário informar que sou um mero fá e plateia do teatro cearense. Sempre!  

Palácio da Luz, 27/03/2024.