Crônicas

José Solon Sales e Silva
Titular da Cadeira Nº 34 - Patrono: Cônego Francisco José Aragão e Silva

            Finou-se na tarde do dia 08 de setembro de 2022 em Balmoral, na Escócia, que ela tanto gostava. Em 1952, torna-se Rainha Elizabeth II. Mulher de fibra, de muita fibra foi uma das chefes de estado mais longevas da história. Nunca foi ela e sempre foi ela. Dedicada sempre ao serviço de ser rainha, de ser amalgama.

          Suntuosidade aliada a simplicidade carregava sempre uma bolsa de tamanho discreto pendurada no braço esquerdo e que segundo dizem a bolsa também servia para passar sinais aos assessores, tais como desejo encerrar a conversa. O que existia dentro daquelas bolsas? Conforme Sally Bedell Smith, autora do livro “Rainha Elizabeth: a mulher por trás do trono”, na bolsa sempre havia um batom (onde está o batom?), os óculos de leitura, algumas pastilhas de hortelã, uma caneta-tinteiro e uma pequena quantidade de dinheiro para doações. Nas vestimentas se destacou por usar roupas e assessórios em uma só cor. Gosto dela certamente.

         Magnificência. Mulher de fibra, sempre disposta e sempre respeitada, trabalhou e buscou a unidade da nação. Será bom ser a rainha? Será uma monarca feliz? Foi conforto e símbolo para muitos. Uma chefe de Estado exemplar. Diferente de dirigentes vulgares e sem educação. Educação doméstica é a base. Farol de continuidade, líder e fidalga, respeituosa, exemplo de dedicação ao trabalho. Rainha, simples, fidalga, elegante chegando próximo a magnanimidade.

       Mulher de fibra que viveu e testemunhou sete décadas como chefe de Estado. Lilibete, ou melhor, mulher de fibra. Forte, tesa, imperativa. Minha admiração? A dedicação a causa dos súditos. Mulher de cerimônias e de cerimoniais, indispensável a elegância do ser. Mulher conhecida e que gostava de conhecer centrada no melhor.

       Conheceu oito papas, diferente de mim que só conheci um. Altiva, elegante na simplicidade, elegante no ser a mulher mais fotografada da história do mundo, chefe de Estado exemplar. Nem sei se foi a chefe dela mesma. Dizem que sempre gostou de cachorros e sobretudo de cavalos, como meu avô paterno, um Pereira da Silva.

       Conheceu o Brasil. Foi mulher de fibra. Sempre elegante, sempre bem vestida, sempre comedida, nem sempre ela. Era a rainha, admiravelmente tataraneta de um ídolo meu, rainha Vitória. Lilibete, mulher de fibra por ser rainha? Não. Certamente por não ter tido a oportunidade de ser ela mesma. Foi rainha, cumpriu sua missão. Luto é o preço que pagamos pelo amor. Viva a Rainha!

Coco, 09/09/2022

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