Crônicas

 

FRANCISCO ANTÔNIO

                  Nomear os filhos já foi tarefa de tradição. Cultuar a tradição e o respeito já se foram em tempos idos. Nomear um filho de Francisco Antônio era muito desprendimento e simplicidade.

            Pois bem, meus pais deram este nome ao seu filho primogênito. Fidalgos, elegantes, discretos e simples escolheram este nome para seu primeiro filho varão, Francisco Antônio. O prenome veio do fundador da ordem dos franciscanos. Despojado de qualquer vaidade. Antônio, que foi Fernando seguiu a humildade e simplicidade do fundador. Pois não é que Francisco Antônio casou-se três vezes e gerou cinco filhos.

            No entanto, simples e humilde viveu seus bons 79 anos. De uma simplicidade franciscana por toda a vida, de um amor pleno, de uma humildade sem par, Francisco Antônio. Dizem que herdamos as características do nome. Foi homem exemplar pautado na simplicidade e integridade. Dicotômico entre a simplicidade e a erudição.

            Francisco Antônio, o mais velho dos meus irmãos um Pereira da Silva íntegro e bom gourmet. Pior defeito foi gostar de umas e a melhor qualidade a delicadeza e leveza do ser, do viver na simplicidade. Foi pleno, tranquilo e elegante. De choro fácil e de sorriso farto. Humilde até na hora de morrer, em Canindé, terra dos romeiros franciscanos, terra dele pelo nome.

            Francisco Antônio ou Chico Antônio, para nós. Francisco Antônio, sempre, para nossa mãe. Francisco para os irmãos, painho para a filha caçula. Exemplo, sobretudo, de humildade.

            Ah! Meu São Francisco, nosso santo protetor. Ah! Chico Antônio ou Francisco Antônio, privilegiado desde o nome. Francisco, meu querido irmão.

           Coco, 12/11/2021

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