Crônicas

Titular da Cadeira Nº 15

Enfim visite Ipu, veja a cidade como um todo. As suas praças ajardinadas, as suas ruas cheias de histórias que o tempo não consegue apagar.  Os seus casarões seculares o seu pé de tamarindo desaparecido depois de quase 200 anos e com outro em seu lugar com 28 anos, plantado solenemente no dia 26 de agosto de 1989.

Ipu é singular nas suas histórias, ponto de referência por muito tempo em toda região Norte do Estado como um grande celeiro cultural. Continua fazendo história, fazendo o desenvolvimento cultural de uma cidade que não somente cresce em território residencial, mas na vastidão dos conhecimentos. Avança a passos gigantescos, os teus filhos jamais deixarão de ti fazer um canto de gloria pela tua história e pelo povo que és pelas tuas belezas.

Cresce Ipu, na majestosa cordilheira onde os raios do sol se escondem mais cedo, e amanhece mais radiante para cantar contigo através dos gorjeios das aves a plenitude da felicidade sonhada.

Não estais adormecido, mas, a cantiga que ti faz ninar não é aquela cantada por quem não ti quer bem, quem não ti ama, é a canção  que embala uma cidade que cresce, que evolui nos caminhos da cultura e do aperfeiçoamento.

No teu rochedo azulado parece haver sido talhado a capricho, pois a concavidade do mesmo oferece a formação de uma chuva constante ininterrupta dia e noite banhando a vegetação verdejante que fica no sopé da serra.

E é nestas paragens do sertão que a morena virgem dos lábios de mel, Iracema, cujo corpo lindo e deslumbrado se banhava no orvalho da noite. Foi plaga da grande nação Tabajara, tribo guerreira que perlustrou vales e socalcos vadeando rios e regatos, pelejando contra os invasores brancos até ao raiar da paz que Martim Soares Moreno, o bravo fidalgo, ofertou em troca do grande amor que a lenda registra com fervor e devoção.

Povo feliz o ipuense, ainda guarda e com enlevo o lindo episódio ocorrido na cabana de Araquém, pai de Iracema, quando viu sua filha quebrar a flecha da paz guerreira e beijar a testa do forasteiro que aprendera amar a mulher como símbolo vivo de ternura e afeto.

Deixamos aqui o registro de tua trajetória histórica para perpetuação da memória, para os leitores ipuenses ou a quem interessar tão encantadora vida de lutas e bravuras. Ipu de vida social cativante, de uma sociedade distinta e elegante, Pátria de Abdias Martins, Cel. Felix Martins, Dr. Thomaz de Araújo Corrêa, Thomaz de Aquino Corrêa de Milton Pereira. Ipu está numa zona de uma fertilidade assombrosa com 48.205 - 2013, habitantes que lhe assegura um futuro promissor, dias de paz e de bonança, já que o seu povo labora a terra com fervor e o carinho dos antigos romanos.

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