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Abílio Lourenço Martins

Titular da Cadeira nº 12

 

Desnecessário x Supérfluo

Apesar de constar nos dicionários como palavras sinônimas, percebo uma tênue diferença entre os vocábulos: desnecessário e supérfluo.

Partindo da afirmação que o homem tem como princípios desejos ilimitados, percebe-se, já, que vivemos em busca de vontades, prazeres, aspirações e conquistas.  Caso contrário estaríamos desmotivados, vivendo numa sombra rotineira e monótona, olhando para o presente, tão somente.

Aliás, vem daí o princípio básico da economia: “recursos limitados x desejos ilimitados”.

Pois bem: Se as concretizações das nossas vontades e prazeres são realizadas dentro dos princípios legais da moral e do respeito, elas se tornam um molho essencial para vivermos alegres, esperançosos, felizes e motivados.

A compra de um carro novo em detrimento do seminovo é desnecessária? Talvez, sim.  É supérflua?  Talvez, não. O carro novo nos traz satisfação, aumenta a nossa autoestima e é resultado de uma conquista.

A mesma comparação se coaduna na aquisição de uma casa, TV, computador ou outro bem qualquer.

Entendo como aquisição desnecessária, o descartável e o inútil. Aquelas aquisições demasiadas, de caráter compulsivo e exibicionista, de pouco ou quase nenhum uso, resultando num museu de objetos luxuosos.

Aquisições realizadas sob o impulso da possessividade demonstra desequilíbrio emocional e nos leva, quase sempre, ao arrependimento.

Uma dica: doar para os necessitados um pouco do supérfluo ou do desnecessário, como queiram definir, nos traz imensa felicidade. Quiçá não seja igual ou até maior que a alegria daquele que o recebe.

Abílio, 5 set 2014.

 

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