Cadeira Nº 24
Patrona
Maria Valdemira Coelho Melo
Acadêmico:
Jorge Antônio Martins Nobre (2º Ocupante)
Posse:
14 Jan 2022
Antecessora:
Maria Vanda Torquato Scorsafava (1ª Ocupante)
Posse:
19 Jan 2007
Falecimento: 23 Set 2020
Discurso de Posse
DISCURSO DE POSSE DE JORGE ANTÔNIO MARTINS NOBRE NA ACADEMIA IPUENSE DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES (AILCA), NA CADEIRA 24 EM 14 DE JANEIRO DE 2022, REALIZADA NA SEDE DA ACADEMIA.
Senhor presidente da AILCA - Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes e presados acadêmicos,
Hoje, é um dia de grande relevância para mim, pois tomo posse como Membro Titular da cadeira de n° 24, que tem como Patrono a Professora Valdemira Coelho Melo, exímia educadora, escritora e amante da cidade de Ipu, Desde sua tenra idade, ainda na adolescência, dedicou-se ao magistério, contribuindo para o desenvolvimento da vida profissional, social e pessoal de inúmeros outros jovens de sua época e de outras gerações posteriores a sua, contribuiu positivamente, durante várias décadas para o sucesso da casa mãe da educação ipuense, o Patronato Sousa Carvalho, considerado como uma extensão do seu lar. Segundo a educadora, a educação é “a conservação da alma, e que procura os meios mais fáceis e mais eficazes de operá-la; ela não consiste em dar a vista ao órgão da alma, pois que este já possui; mas como ele está maldisposto e não olha para onde deveria, a educação se esforça por levá-lo à boa direção”. Portanto, é comprovado a forma como ela lecionava, com alma, leveza e dedicação, aliás, com e por amor.
Irei ocupar a cadeira que fora ocupada pela poetisa (Maria Vanda Torquato Scorsafava);... professora e artista plástica, Vanda Torquato Scorsafava, ipuense, que também, muito contribuiu para a educação de nossa cidade e da capital cearense, onde residiu durante bastante tempo, até quando partiu para o plano espiritual. Lecionou Literatura e Língua portuguesa. Tinha a arte plástica como uma forma de se comunicar através das emoções expressas nas atitudes do cotidiano. Acreditava que todo homem era um poeta ao escrever seus sentimentos concretos de sua trajetória na Terra.
Ser membro desta arcádia, desperta em mim, um sentimento sublime, de orgulho e honradez, por ser o abrigo maior de artistas, educadores, letrados, ou seja, efúgio da cultura ipuense e adjacências.
Ao contrário de Allen, quero atingir a imortalidade com meu trabalho e não, não morrendo, uma vez que, nossa estadia física nesse plano é temporária e inevitável, mas nossos feitos, se bem-feito, com amor e dedicação, permanecerão, mesmo quando não estivermos mais aqui.
A arte musical, trago nas veias, me é inerente, é meu mundo, o que me dá mais prazer, meu ofício. Respiro os acordes de uma canção e meu coração bate no compasso do metrônomo e na harmonia musical, tendo minúsculas pausas como os silêncios que permeiam uma partitura, pois a música é feita de silêncio e de som.
As letras, me acompanham no universo externo, quando a poesia interna extravasa, espalhando-se no papel, por meio das minhas composições ou na lousa em sala de aula, ao atuar como docente, ou ainda, quando repasso aos companheiros de música o controle do som em harmonia, no mesmo tom, através da voz da batuta que fala por mim, sem que eu diga uma só palavra, mas grita, silenciosamente, numa sincronia acrobática, a língua musical.
Então, fazer parte da AILCA, é consolidar com maestria, a arte que habita em mim e o ofício que exerço com apreço e dedicação, assim como poder disseminá-los às novas gerações.
Obrigado!
Atenciosamente
Jorge Antônio Martins Nobre
Não quero atingir a imortalidade com meu trabalho, mas sim não morrendo.
DA REVISTA ACADÊMICA IV Ano 2013
MARIA VANDA TORQUATO SCORSAFAVA
Acadêmica – Cadeira nº 24
A VIDA
Somos o tempo ou são coisas
que passam a vida inteira
pode-se ser feliz numa reta
ou infeliz em becos escuros
Nesta vida haverá de se ver
tristezas que não acabam nunca
a planta seca no dia a dia
por falta d’água
e por quem sem amor
não soube amar
e se devora a si mesmo
entre idas e vindas
Deus velará por nós
pronto para nos ajudar
e alterar o rumo de tudo
que parece parar para sempre
ou que ficou atrás no escuro
peso o que ficou atrás
das janelas e portas
no oco, no vão de palacetes
de parece onde bate a água
engolindo o casebre, a casa
e de tudo o que forma a alma,
o corpo a existência inteira
árvores, flores, rios e mares
de todos nós que caminhamos neste planeta
ele ali está perto esplendor de sua face.