Cadeira Nº 18
Patrono
José Itamar Mourão
Acadêmico:
João Rodrigues Ferreira (2º Ocupante)
Posse: 16 Jan 2021
Antecessor
João Pereira Mourão (1º Ocupante)
Posse: 14 Jan 2006
Acadêmico Emérito em: 8 Fev 2020
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JOÃO RODRIGUES FERREIRA - BIOGRAFIA
Nascido em 21 de agosto de 1972, em Riacho das Flores, Reriutaba-Ceará, João Rodrigues Ferreira é filho de Gerardo Félix Ferreira e Rita Rodrigues Ferreira. É escritor, cordelista, poeta, revisor técnico de língua portuguesa e professor concursado pelos municípios de Reriutaba e Varjota. É graduado em Letras (Português / Inglês) e pós-graduado em Língua Portuguesa, Linguística e Produção de Texto pela Universidade Estácio de Sá – RJ e pós-graduado em Gestão Escolar pela Universidade Vale do Acaraú-CE.
Deu aula no Curso de Pós-Graduação de Produção Editorial pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, e trabalhou na área editorial da GW Editora e na Ediouro Publicações, também no Rio.
Estreou sua escrita em 2003 como um dos vencedores do Prêmio Literário Nossa Gente, Nossas Letras – Homenagem a Graciliano Ramos – e foi publicado pela Editora Record, no Rio de Janeiro, em 2003. Conquistou o 1º Lugar de Poesia no Concurso Literário Unisuam, RJ, classificou-se em diversos Concursos Literários pelo Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Bahia e Ceará e tem poemas e contos publicados em várias coletâneas pelo país. É autor de 3 livros: “A terra onde fui criado” (2011), “Resistência” (2015), “Versejando” (2019), ambos poemas, coautor do livro “Da alma dos poetas” (2021) e tem aproximadamente 50 folhetos de cordel publicados. O Cordel “Carta de um Jumento ao Detran” foi premiado e publicado pelo SESC. Escreveu para o site Anjos de Prata, em São Paulo (contos e crônicas) e participou do programa de rádio Sons da Literatura, em Campo Grande – Mato Grosso do Sul, falando sobre Literatura de Cordel.
Atualmente, é colunista da Revista Entre Poetas e Poesias, no Rio de Janeiro, e escreve cordel sobre Quadrinhos e Super-heróis para o Núcleo de Pesquisa em Quadrinhos da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). É membro da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes.
É casado com Cristiane Ribeiro e pai de Lucas Ribeiro.
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Discurso de Posse
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(João Rodrigues Ferreira)
Senhor Presidente da Academia Ipuense de Letras Ciências e Artes Francisco Martins de Souza Torres, confrades e confreiras, meus familiares e amigos.
Embora o Tempo – este menino travesso que nunca envelhece e que não cansa de nos pregar peça – tenha brincado com minha memória e me feito esquecer o ano em que, ainda menino, pisei em Ipu pela primeira vez, minha alma guardou consigo a emoção que senti naquele dia em que meus olhos avistaram, de longe, o belo Ipuçaba despencando em forma de um magnífico véu das alturas da Ibiapaba. Para os olhos do menino que eu era, parecia que suas águas caíam do próprio céu. Era lá, ao pé da serra, que ficava a Bica do Ipu. Encantaram-me também a igreja, os casarões antigos e a estátua de Iracema e Martim! Religiosidade, arte, história e literatura compartilhando o mesmo ambiente!
O tempo correu mais veloz que os pés de Iracema, e quis o destino que eu me ligasse para sempre a este sagrado celeiro cultural, recheado de escritores, poetas, artistas, músicos, homens das ciências, das leis e das armas. E foi lá, ao lado da famosa Bica do Ipu, no dia 16 de agosto de 2016, em uma fagueira tarde de sábado, que a confreira Lourdes Mouzart me apresentou a esta egrégia Academia, da qual a amável e estimada Natália Viana estava Presidente, e passei a ser Acadêmico Correspondente. Indubitavelmente fui mais bem recebido pela AILCA do que fora Martin pela índia guerreira, mas confesso que me senti um pouco estrangeiro. Porém, devido à calorosa receptividade, logo me senti como o Guerreiro Branco na casa de Araquém. Afinal, eu estava em meio a literatos. E a literatura (como todas as artes) tem o poder de unir pessoas, de criar laços, de expandir conhecimentos, de abrir olhos e mentes, de interagir, de agregar valores...
E, a partir daquela tarde, Ipu passou a fazer parte de mim; e eu, de Ipu.
Certa vez, Guimarães Rosa falou: “Deus nos dá pessoas e coisas para aprendermos a alegria.” Ele me deu a Academia, e com ela, pessoas. Portanto, estou aprendendo esta alegria de fazer parte deste seleto grupo de mulheres e homens que as Letras, as Ciências e as Artes tornaram-nas imortais. E desta alegria quero ter o prazer de beber por muitos anos, para que eu possa honrar a Cadeira que a mim foi permitido ocupar. Afinal, ter como patrono o ipuense José Itamar Mourão é uma honra e uma responsabilidade sem tamanho.
Filho de João Batista Mourão e Percília Aragão Mourão, José Itamar Mourão gozou de bons estudos antes de entrar para a Marinha de Guerra do Brasil. Homem de letras e de armas, expressou sua grandeza intelectual como professor, literato, poeta e poliglota. Nas armas, provou sua bravura defendendo a bandeira brasileira a bordo de navios de guerra durante a Segunda Guerra Mundial.
Honra-me também, imensamente, ocupar a Cadeira 18, que pertenceu a João Pereira Mourão, nascido em 27 de agosto de 1935, em Ipu, e é filho de Francisco da Silva Mourão e de Maria do Carmo Pereira Mourão.
João Pereira Mourão é acadêmico emérito de acordo com o Artigo 6, parágrafo 3º do Estatuto da AILCA. Ipuense de grande caráter e de extrema competência, demonstrados em seus 30 anos de serviço como militar da Força Aérea Brasileira, onde foi laureado com diversas medalhas e elogiado dezenas de vezes por sua conduta exemplar, seu elevado espírito militar e responsabilidade. Intelectual e jornalista, é um dos fundadores da AILCA e membro de várias Academias e Associações, dentre elas a Associação Cearense de Imprensa.
Portanto, senhoras e senhores, é imensa a responsabilidade de ocupar esta Cadeira, mas a satisfação e a honra de fazer parte desta Academia também são enormes. E seu nome levarei comigo aonde eu for, representando-a com ética, respeito e dignidade, marcas indeléveis de seu espírito.
Por fim, expresso minha gratidão à Lourdes Mouzart por ter me indicado à AILCA; à Natália Viana, por ter me recebido carinhosamente quando ainda Presidente desta Academia (e sempre); e a todos os confrades e confreiras que depositaram sua confiança em mim, me dando a honrosa oportunidade de tornar-me acadêmico titular; e também à atual Diretoria, na pessoa do Presidente Francisco Martins de Souza Torres. A mesma gratidão expresso aos meus pais, Gerardo Félix Ferreira e Rita Rodrigues Ferreira, por terem me dado o ensinamento necessário para que eu pudesse seguir, com dignidade, meu próprio caminho. Sou grato também à minha esposa Cristiane Ribeiro e ao meu filho Lucas Ribeiro, por sempre me apoiarem e me acompanharem às reuniões na AILCA e por colaborarem grandemente para sermos a família feliz que somos.
E aqui me despeço com a certeza de que esta noite é o reinício de uma história entre mim e Ipu, agora bem mais sólida.
Muito obrigado a todos!