Poesias

Francisco Vladimir Ximenes Mourão

 

Como está tão diferente 

A vida de nossa gente

De pouco tempo atrás

A transformação foi radical

Mas a desigualdade social

Está tirando a nossa paz

 

Lembro-me quando criança

Não me foge da lembrança

A vida feliz que se vivia

Quando se andava livremente

Em qualquer lugar tranquilamente

Fôsse de noite ou de dia

 

Hoje impera a violência

Fruto da ineficiência

Da lei de nossa nação,muito fraca e sem ação

Protege mais o bandido

Que sabendo não ser punido

Aterroriza o cidadão

 

E a culpa de tudo isto e está em nossos gorvernantes

Corruptos e inoperantes 

Só visam seu bem-estar

E a maioria da população 

Vivendo em mísera condição 

Não temos para quem apelar

 

Justiça aqui não temos

E até mesmo tememos

Um dia dela precisar

Porque na burocracia emperra

É comum em nossa terra

Seja em qualquer lugar

 

A nossa advocacia

Na sua grande maioria

Só protege o marginal

Que do roubo tem dinheiro

Sendo seu amigo e parceiro

E de conduta excepcional

 

Os nossos parlamentares,sues salários logo dobraram

E o mínimo quase nada aumentaram

Alegando quebrar a Nação

Que desculpa esfarrapada

Deram-nos esta cambada

Em detrimento do povão

 

A saúde e a educação

Sustentáculos de qualquer Nação

Estão muito a desejar

E verbas para elas destinadas

São na maioria desviadas

Sabe-se lá onde vão parar

 

E escolas e postos de saúde

Temos muitos e amiúde

Nos municípios espalhados

Porém os prédios sucateados

E os seus funcionários,vivendo de míseros salários

E quase sempre atrasados

 

Nossos direitos humanos

Foram feitos por insanos

Só protegem o infrator

Menores não trabalham mais

Nem mesmo para ajudarem os pais

Vivemos num mundo de horror

 

Nosso esperto presidente

Deu à pobreza um presente

Que fome zero o batizou

Ação talvez excelente

Mas tornou o homem indolente

Que do sertão emigrou

 

Indo morar nas cidades

Aumentando as favelas em todos os arraiás

Sujeito a todas as mazelas comuns nestas comunidades

Porém agricultura não quer mais

Suas famílias se destruiram, as filhas se prostituiram

E a maioria dos filhos homens,tornaram-se marginais

 

O sertão está muito deserto

De mato quase todo coberto

Pois lá não se planta mais

As fazendas que existiram

Poucas são as que resistiram

E com raríssimos animais

 

Esta é a vida de agora

Diferente da de outrora

Quando havia respeito

Droga não se conhecia 

Atualmente em toda parte se irradia

O mundo não tem mais jeito

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