SINOPSE DA PALESTRA do Prof. Dr. Antônio Alberto Jorge Farias CASTRO
Acadêmico Correspondente de Teresina (PI)
Palestra proferida na Casa Oswaldo Araújo - Sede da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes
Ipu, 17/01/2018
Qual o tamanho da flora (conjunto de espécies botânicas) da Serra da Ibiapaba? Ou, qual o tamanho da beleza que se tem por aqui? 283 espécies? 504 espécies? Se não conhecemos, como podemos valorizar? Valorar? Se não conhecemos, como podemos
conservar? Ter renda? Pagar impostos? Se não damos importância agora, qual o legado que vamos deixar para as futuras gerações?
A percepção da biodiversidade se vale da utilização das memórias visual, cognitiva, do tato e do olfato, por exemplo. Para conservar precisamos conhecer. Para valorizar precisamos antes de tudo achar belo, porque bela é a nossa biodiversidade, ainda mais quando associada a uma das ilhas de umidade (brejos de altitude) da região Nordeste brasileira, a Serra da Ibiapaba, com distribuição ocidental, nos limites do Ceará com o Piauí, em cota altimétrica de cerca de 750-900m, por exemplo. Para o lado da cuesta da Serra voltada para o Ipu, a Bica do Ipu, com queda de água livre de 120m, atualmente intermitente, provavelmente por causa das agressões humanas e das mudanças climáticas, testemunha um dos cenários de absoluto caráter de insubstituibilidade. Para isto, entretanto, é preciso que todos se apropriem deste fabuloso recurso natural.
Em termos de idealidade precisamos insistir na representação da biodiversidade de tipo, de forma e de função, in-situ, ex-situ e/ou on-farm. Trinta por cento de unidades de conservação podem ser distribuídas em 10% de proteção integral e 20% de uso sustentável sem prejuízo econômico e social para as populações humanas. Princípios de cautela, insubstituibilidade, variedade, tamanho, conectividade e consequência devem continuar a serem perseguidos, com respaldo técnico, científico e político/ético. Produzir e conservar são absolutamente compatíveis. Conhecimento é para isto!