Crônicas

Titular da Cadeira Nº 34

             

             Bom bom? Não sabe o que é? É um bom bom! Dos que eu gosto? O de Mel de Abelha era o predileto. Mas, tinha o piper também. Bom bom é tão bom. E o azedinho? Todos com sabores de bom bom. É tão bom, bom bom.

            O melhor do bom bom é desenrolar. Sei o que tem lá dentro, um bom bom. Mas nunca me dê um bom bom desenrolado. O bom do bom bom é desenrolá-lo. Ah! Que magia, saber o que tem lá dentro, mas mesmo assim desenrolá-lo. É bom demais. Bom bom tem magia. Tem descoberta. Tem tesão! Havia menino que mastigava e comia. Eu? Chupava, pra não dizer degustava. Hoje sei que sempre degustei. Meus colegas comiam, por que mastigavam. Eu sempre apreciei, sempre chupei para perceber o trabalho das abelhas. Mel de abelhas. Doce ilusão. Hoje sei que é tudo mentira. Indústria. Quando  criança nem imaginava o que era. Hoje sei. Mas tenho saudades de pensar que era de mel de abelhas. Doce ilusão.

            Na verdade queria escrever ou dizer que é muito bom a surpresa. Mesmo sabendo o que há lá dentro. Algo para mastigar ou chupar, de preferência. Um bom bom. Que bom saber. Que bom chupá-lo. Não importa ou importa? Já sei que há um bom bom. Tudo de bom.

            Fico imaginando um acriano ou paulistano lendo este texto. Devem voar e voar alto. A língua é viva, dinâmica, dínamo no dizer de Filgueiras Lima. Pois é bom demais um bom bom bom. Para eles talvez bala! Bala para nós é tiro saído de uma arma de fogo. É perigoso. É motal. Prefiro bom bom, porque é bom.

            Muitos nunca souberam o que é um bom bom. Precisa desenrolar sempre, mesmo sabendo o que há lá dentro. Conheço os detalhes do mel de abelha, do piper, do azedinho. Mas são bom bons. Bons, com certeza! Vocês precisam entender que é fundamental desenrolar um bom bom. Que bom é desembrulhar um bom.

            Bom! Resumindo os escritos (não estou conversando) é muito bom desenrolar um bom bom. Bom bom é sempre bom. Docinho, azedinho, com gosto refrescante, de café... não fosse isso não seria um bom bom. Que bom lamber, chupar um bom bom bom. É muito bom!

            Se você nunca chupou, experimente um de mel de abelha, de menta, de café... não importa. Permita-se senti-los, saboreá-los, chupá-los, perceber o bom. Maravilhoso! Doce, azedo, refrescante, dialético. Isso é sociedade industrial. E eu me insiro nisso? Chupo todos os bom bons, mas só os bons. Como um bom bom confunde uma cabeça!

Coco, 13/03/2018

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