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José Solon Sales e Silva

Titular da Cadeira nº 34

AONDE ESTAMOS?

            Vendo um jornal televisivo agora a pouco, fiquei estarrecido. Quem são nossos líderes? Como entender um ocupante de um dos postos mais altos da hierarquia republicana, não dominar a língua portuguesa? Explica-se pela escolha pelo voto popular, talvez.

            Pasmem! O Presidente do Senado Federal dando entrevista sobre a reforma previdenciária, respondeu a pergunta do repórter: “Acabei de pedir um estudo pra mim avaliar...”, isso tudo em cadeia nacional de televisão.

            É de estarrecer. Aonde iremos parar? Se este senhor, lídimo representante de seu Estado, não conhece as regras elementares de nossa língua mãe, o que pensar da massa? Reforma da previdência é o de menos. Que votem e que votem, mas para eu entender? Sou cidadão.

            É uma lástima. Na reles realidade de que sou um deles, temo pelo futuro. Somos uma nação, na melhor acepção sociológica. Estamos nos transformando em uma nação fiasco? Continuaremos sendo impotentes e, sobretudo descrédulo aos olhos das demais nações.

            Sigamos. Vejamos o que farão eles. São poderosos. São eles onipotentes? Sei que são os que decidem. Somos nós quem sentenciamos “para eu analisar”. Somos brasileiros e construímos nossa língua. A língua coloquial é admitida, mas para os que estão a frente de um Estado de direito só mesmo a língua culta. Nossa língua é bela, altaneira, sonora.

            Dói profundamente aos ouvidos “para mim...” Onde estão os assessores, principalmente os linguísticos? Por graça de Deus Milton Dias, Moreira Campos, José Valdevino de Carvalho, Antônio Sales, Raquel de Queiroz e José de Alencar já morreram e se pouparam de ouvir esta degradação da nossa língua mater.

Coco, 27/02/2019

 

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