Natália Maria Viana Soares Lopes
Eu nunca te fiz um verso,
Ipu,
Minha terra encantada.
Mas em minh’alma
Há sons de vento
E poemas de vento
E poemas de Luz
Que nascem da cascata
Eu te faço agora
Os versos mais singelos
que já fiz
O poema mais doce
que escrevi
Ipu dos meus amores
De praças ao luar...
Ipu me afogou
Com seu doce sussurro
Que tanto me fez sonhar...
Ipu dos meus segredos
De menina
E das minhas castas
Esperanças
Escuta o verso meu
O meu verso é tão teu
Como meu coração
O meu verso nasceu
Do meu carinho
E se aninhou
No teu regaço fofo
De sonhar verdejantes
O meu verso nasceu
Do teu carinho
Do teu sonoro trinar
Dos passarinhos
Das doçuras sem par
Que tens contigo
Ipu, querido Ipu
Dos sonhos meus
Guardo comigo
A doce sombra amiga
Dos teus braços
Estendidos pros céus
Nos teus coqueiros.
E a suavidade
De teus luares azuis
Resplandece cá na terra
E se reflete na serra
Deixando a alma da gente
Tão morna como no céu
O véu branco da cascata
Que jorra por sobre a mata
De borboletas doiradas
De perfumes tão sutis
De flores feitas falenas
De tuas manhãs serenas
De serra dos alcantis
Guarda-me sempre contigo
Neste teu regaço amigo
À sombra de tua terra
E eu levarei pela vida
Em minha alma escondida
A terra de meus amores,
Linda serra de Iracema
Inspiração de meu verso,
A musa de meu poema
Coberta sempre de flores
Deus nos guarde; tu e eu
Recebe agora o meu canto
Ó terra cheia de encanto
Meu amigo e querido Ipu.